sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Feliz Aniversário! Para Quem?

E nisto passsou-se mais um ano!
Entre tantos sorrisos e lágrimas
Beijos e adeus não desejados
Cresci mais um pouco
Agora já lá vão 24
Olho para trás e recordo os anos passados
Lembro-me de acordar neste dia
Era dia de festa
Havia bolo, prendas e desejos
Hoje não
Após estes 24 já ninguém se lembra da data
As prendas já não aparecem
Eu já não sou uma criança
Este ano não houve bolo nem desejos
E hoje ninguém se lembrou
Assim se passa mais um ano
Na solidão do peito

Como disse Fernando Pessoa pela caneta de Álvaro de Campos

"No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida."

Feliz Aniversário digo de mim para mim!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tão Longe Vai o Tempo...



Tão longe vai o tempo…

Tempo de conversas sem fim
Tempo de alegria
Tempo de saltos
Tempo de esperança
Tempo de sonhos
Tempo de gargalhadas
Tempo de felicidade
Tempo de paixão

Tempo em que o tempo não tinha tempo e nós éramos só nós.

Quando foi que acabou esse tempo?
Quando foi que o tempo deixou de ser tempo e passou a ser pressa?

E agora resta apenas a pressa de chegar e não mais voltar.

E desse tempo resta apenas a memória
...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Quatro Paredes


Acordo pela manhã
Sinto o cheiro fresco do nevoeiro
Ouço o dia despertar pouco a pouco
Todos os sons entram pelo quarto
Apercebo-me das horas
Enrosco mais um pouco o edredão
Estou tão segura aqui
Quatro paredes que me tomam
Quatro paredes que me protegem
Lugar encantado
Onde apenas eu sou rainha
Quatro paredes só minhas
Onde os meus segredos tomam forma
Quatro paredes escondidas
Quatro paredes perdidas
Onde me escondo e retiro
Onde os sonhos se perderam
Só e apenas quatro paredes!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bichinho Saltador

Entras no estádio e sentes o bater do coração cada vez mais vivo, a pista é toda tua e este o teu momento, mais um numa vida recheada.
Sentes a adrenalina escorrer sob o som da multidão, quando o vermelho do tartan se confunde com o sangue que corre acelerado nas veias.
O tempo pára por uns segundos e és só tu, tu e a pista, és campeão só por estares aí, por correres com um único objectivo e voares como um pássaro num salto único até aterrares essa força indescritível na suave areia que te ampara. O número é o menos, mais uma vez mostraste a tua força.
Levas uma bandeira ao peito e com ela o peso de uma nação num objectivo único, um país que não te conhece nem reconhece mas do qual espalhas o brilho, numa medalha que é nossa mas no entanto só tua.
Tens alma de vencedor, alma de sonhador.
Já dizia o poeta que “O sonho comanda a Vida”, o teu tornou-se a tua vida, a força de vontade (que nunca te falte) leva-te a ti e a quem és, porque precisas de saltar tanto como de respirar.
Sonhos todos temos, mas poucos são os que os perseguem com a perseverança com que o fizeste, tu e o teu salto confundem-se num só.
És o Bichinho Saltador.
Um salto por uma vida e uma vida por um salto.


Dedicado a G. A. o "Bichinho Saltador"

domingo, 5 de julho de 2009

Ser Mãe...


Ser mãe


É Amar incondicionalmente


Num Dar e Receber constante.


É chorar, sorrir, …


Viver lado a lado de mão dada com os filhos


Ajudando-os a caminhar para serem homens e mulheres de amanhã


É seguir-lhes as pegadas deixando-os aprender a Viver


Mas estando por perto, para estender a mão sempre que precisam.


Ser mãe,


É olhar o Mundo de braços abertos


E sorrir para ele.
Escrito pela minha Mãe
04/07/09

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Saudade

Aquela praia de areia fina, onde o mar rebenta toda a minha revolta, aquele local onde a água e o fogo se encontram numa explosão de beleza inigualável, esse lugar que é meu, onde te espero todas as tardes.
Mas não vens pois não?
Nunca vens!
Sento-me à beira-mar e espero incessantemente por um aviso, uma notícia, o adeus que nunca disseste antes de partires sem aviso. Aqui continuo à espera de quem não merece a saudade que sinto.
A tua ausência tornou-se num buraco negro, num peito vazio e incapaz de voltar a amar.
Tenho tantas saudades do teu jeito, do teu cheiro, da forma como me olhavas e me fazias sentir segura no teu abraço, ouviste sem medo as minhas mágoas, conheceste os meus fantasmas e ficaste do meu lado mesmo assim.
Agora que me vejo só, sem a tua presença, sem aquele beijo quente, o abraço que nunca mais senti e tanta falta me faz, sem ti.
Olho à minha volta e vejo a praia vazia, não há sinal teu.
Deixo correr as lágrimas de dor e saudade, o seu sabor salgado sufoca a ânsia de te voltar a ter.
O mar fala-me de ti, diz-me que estás bem, que tens novas aventuras à espera e não precisas mais de mim, tens uma vida inteira à espera da qual não faço parte. Fico feliz por saber que estás bem, talvez um dia me digas porque partiste desta forma, me expliques a razão do abandono repentino e se alguma vez sentiste a minha falta tal como eu sinto a tua.
Até lá continuo à espera, á espera de um sinal teu.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Os Meus Dias

O Sol brilha lá fora
Mas cá dentro os dias continuam cinzentos
A chuva permanece incessante
E a tristeza consome os meus dias
Numa canção que já não conheço

Queria voltar à liberdade
Regressar ao porto de abrigo
Neste mundo em que um abraço já não o é
Um beijo já não traz calor

E a alma continua dorida
Como ferida que não sara
E a dor que não passa
Dia após dia sobrevivo a mim mesma

Luto com forças que já não são minhas
E vejo a vida passar ao lado
Nesta minha fraqueza
Me perco na solidão de um corpo vazio