terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tão Longe Vai o Tempo...



Tão longe vai o tempo…

Tempo de conversas sem fim
Tempo de alegria
Tempo de saltos
Tempo de esperança
Tempo de sonhos
Tempo de gargalhadas
Tempo de felicidade
Tempo de paixão

Tempo em que o tempo não tinha tempo e nós éramos só nós.

Quando foi que acabou esse tempo?
Quando foi que o tempo deixou de ser tempo e passou a ser pressa?

E agora resta apenas a pressa de chegar e não mais voltar.

E desse tempo resta apenas a memória
...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Quatro Paredes


Acordo pela manhã
Sinto o cheiro fresco do nevoeiro
Ouço o dia despertar pouco a pouco
Todos os sons entram pelo quarto
Apercebo-me das horas
Enrosco mais um pouco o edredão
Estou tão segura aqui
Quatro paredes que me tomam
Quatro paredes que me protegem
Lugar encantado
Onde apenas eu sou rainha
Quatro paredes só minhas
Onde os meus segredos tomam forma
Quatro paredes escondidas
Quatro paredes perdidas
Onde me escondo e retiro
Onde os sonhos se perderam
Só e apenas quatro paredes!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bichinho Saltador

Entras no estádio e sentes o bater do coração cada vez mais vivo, a pista é toda tua e este o teu momento, mais um numa vida recheada.
Sentes a adrenalina escorrer sob o som da multidão, quando o vermelho do tartan se confunde com o sangue que corre acelerado nas veias.
O tempo pára por uns segundos e és só tu, tu e a pista, és campeão só por estares aí, por correres com um único objectivo e voares como um pássaro num salto único até aterrares essa força indescritível na suave areia que te ampara. O número é o menos, mais uma vez mostraste a tua força.
Levas uma bandeira ao peito e com ela o peso de uma nação num objectivo único, um país que não te conhece nem reconhece mas do qual espalhas o brilho, numa medalha que é nossa mas no entanto só tua.
Tens alma de vencedor, alma de sonhador.
Já dizia o poeta que “O sonho comanda a Vida”, o teu tornou-se a tua vida, a força de vontade (que nunca te falte) leva-te a ti e a quem és, porque precisas de saltar tanto como de respirar.
Sonhos todos temos, mas poucos são os que os perseguem com a perseverança com que o fizeste, tu e o teu salto confundem-se num só.
És o Bichinho Saltador.
Um salto por uma vida e uma vida por um salto.


Dedicado a G. A. o "Bichinho Saltador"

domingo, 5 de julho de 2009

Ser Mãe...


Ser mãe


É Amar incondicionalmente


Num Dar e Receber constante.


É chorar, sorrir, …


Viver lado a lado de mão dada com os filhos


Ajudando-os a caminhar para serem homens e mulheres de amanhã


É seguir-lhes as pegadas deixando-os aprender a Viver


Mas estando por perto, para estender a mão sempre que precisam.


Ser mãe,


É olhar o Mundo de braços abertos


E sorrir para ele.
Escrito pela minha Mãe
04/07/09

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Saudade

Aquela praia de areia fina, onde o mar rebenta toda a minha revolta, aquele local onde a água e o fogo se encontram numa explosão de beleza inigualável, esse lugar que é meu, onde te espero todas as tardes.
Mas não vens pois não?
Nunca vens!
Sento-me à beira-mar e espero incessantemente por um aviso, uma notícia, o adeus que nunca disseste antes de partires sem aviso. Aqui continuo à espera de quem não merece a saudade que sinto.
A tua ausência tornou-se num buraco negro, num peito vazio e incapaz de voltar a amar.
Tenho tantas saudades do teu jeito, do teu cheiro, da forma como me olhavas e me fazias sentir segura no teu abraço, ouviste sem medo as minhas mágoas, conheceste os meus fantasmas e ficaste do meu lado mesmo assim.
Agora que me vejo só, sem a tua presença, sem aquele beijo quente, o abraço que nunca mais senti e tanta falta me faz, sem ti.
Olho à minha volta e vejo a praia vazia, não há sinal teu.
Deixo correr as lágrimas de dor e saudade, o seu sabor salgado sufoca a ânsia de te voltar a ter.
O mar fala-me de ti, diz-me que estás bem, que tens novas aventuras à espera e não precisas mais de mim, tens uma vida inteira à espera da qual não faço parte. Fico feliz por saber que estás bem, talvez um dia me digas porque partiste desta forma, me expliques a razão do abandono repentino e se alguma vez sentiste a minha falta tal como eu sinto a tua.
Até lá continuo à espera, á espera de um sinal teu.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Os Meus Dias

O Sol brilha lá fora
Mas cá dentro os dias continuam cinzentos
A chuva permanece incessante
E a tristeza consome os meus dias
Numa canção que já não conheço

Queria voltar à liberdade
Regressar ao porto de abrigo
Neste mundo em que um abraço já não o é
Um beijo já não traz calor

E a alma continua dorida
Como ferida que não sara
E a dor que não passa
Dia após dia sobrevivo a mim mesma

Luto com forças que já não são minhas
E vejo a vida passar ao lado
Nesta minha fraqueza
Me perco na solidão de um corpo vazio

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Fado


Ouvem-se os acordes da Guitarra
Aquela Voz que enche a praça
Com o Fado que é nosso
Cada nota revela Dor e Saudade
O Som do Encanto
Da Chuva que nos molha o rosto
A Transparência da Alma
Nesta Estranha forma de Vida
Onde se revela a Essência de ser Português

Sim voltei a ver aquela Chávena
A Guitarra Portuguesa no doce Encanto do Café
Aquela que revela o Fado que mora em nós



E assim me lembrei do Som do Fado da Delta

"... Como a Guitarra Ama o Fado..."

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Outro Lado do Espelho

Um gesto tão simples como olhar no espelho
Uma visão tão diferente.
Não era suposto ser este o meu reflexo?
A minha verdadeira imagem?
Observo com atenção esse ser estranho do outro lado do vidro
Não esta não sou eu!
Vejo um corpo delineado pelas marcas do tempo, com um passado um presente e quem sabe um futuro.
Mas já não vejo a luz no meu rosto
Não consigo chegar à alma mesmo que dorida
A alegria perdeu-se no caminho tortuoso da descoberta
Não! Não reconheço a imagem!
Diz-me tu que estás aí desse lado:
Quem sou eu afinal?, Quem és tu?, Quem somos nós?

Diz-me, quando foi que a imagem mudou?
Quando foi que eu morri?
Leva-me até ti, devolve-me a alma e retira-me este peso.
O coração vai batendo cada vez mais lento, não tarda não haverá nada a fazer senão declarar a hora, o traçado vai ser liso e a dor, essa vai desaparecer.
Devolve-me o meu reflexo enquanto ainda há esperança
.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sonhei Contigo Esta Noite

Sonhei contigo esta noite, não sei porquê mas sonhei.
Não pensava em ti há anos, pensei que te tinha ultrapassado, a ti e a toda a nossa história, aquela que nunca se concretizou.
Como é possível amar alguém pelo toque pelo cheiro apenas porque sim?
Tivemos tantas oportunidades e nunca as agarramos, nunca foi o momento nunca era a altura, deixamos passar o tempo e adiamos o que nunca devia ser adiado e perdemos. Perdemo-nos um do outro, seguimos caminhos que já não se cruzam e agora é tarde, demasiado tarde.
Sinto falta de tudo o que não tivemos do que não tivemos hipótese de fazer, gostava de sentir o teu sabor pelo menos uma vez, o teu corpo que sempre me tentou mas o qual nunca esteve ao alcance das minhas mãos. És um homem como poucos.
Sonhei contigo esta noite e descobri que ainda te amo.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Impulsos

Porque controlamos os nossos impulsos?
Porque não fazemos simplesmente aquilo que nos apetece quando nos apetece?
Não consigo entender, como seres humanos respeitamos demasiado as convenções, fazemos apenas o que está correcto, por vezes cometemos erros e tentamos emendá-los de seguida, desculpamo-nos por todos os nossos ímpetos, queremos ser diferentes mas no fim somos todos iguais nenhum de nós tem coragem suficiente.

Pensamos demasiado, temos medo do que outros vão pensar, medo de levar uma nega, medo das consequências mas, não tentar só faz de nós fracos e no entanto continuamos sempre a resistir a nós mesmos.
E se por um momento esquecesse-mos o certo e o errado de cada situação e simplesmente nos deixasse-mos ir com a corrente?

Se te apetece faz não esperes, não penses, não tentes, FAZ !

sexta-feira, 27 de março de 2009

Silêncio


Não ouço nada para além do silêncio, entre estas 4 paredes sobrevivo, nesta minha prisão.
A luz do sol entra por um pequeno buraco no tecto. Este sótão não é só um quarto, é também um baú de memórias, tantas coisas boas, tantas coisas más… Já lá vão 3 anos passados a correr.
Como pode o tempo pregar-me tal partida?
Como pode alguém passar os dias a tentar fazer tudo por pessoas que nunca conheceu, e no entanto não se conseguir ajudar a si mesma?
Não resta nada para além do silêncio, num local onde outrora reinava o riso, as conversa de conveniência, as bilhardices, a amizade. Agora sou só eu e estas 4 paredes.
Cada vez mais sou eu e o meu silêncio.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Saudade


O coração não pensa
A cabeça não sente
A liberdade é ilusão
A prisão efémera
Tu estavas aqui
Agora já não
Caminhos diferentes
Cruzam-se eternamente
Nos caminhos do prazer
Cada beijo que alimente
Enche a Alma
Alma doente
Amargurada de Saudade…

quinta-feira, 5 de março de 2009

História de Sofia II


Diz-me Sofia mais uma vez, És feliz?
Não! Não és!
Sabes porquê?
Porque o corpo não é tudo, o vício consome-te, tu sabes que não podes continuar assim.
Já não há droga que te anime, o prazer já não o é e o corpo não passa disso mesmo. És um pedaço de carne suculenta à espera de ser mordida.
É assim que te vês?
Tens tanto para dar ao Mundo Sofia, tanto para ensinar ainda, tens tanto para viver.
Pensa nos teus pais, nos teus irmãos, em todos os que te amam, pensa Sofia, afinal não é o fim, tens tempo para te salvar.
A tua alma está intacta, por baixo da mini-saia tu ainda és a mesma, menina mulher, doçura amarga, paixão eloquente da vida, acima de tudo és tu mesma.
Salva-te Sofia! Salva-te!
Tens tanto ainda para aprender!

terça-feira, 3 de março de 2009

Já Não Há Principes Nem Princesas


Olhas do alto da torre longínqua, esperas há anos, queres que ele venha e te salve no seu cavalo branco e te leve até ao trono que te prometeram no dia em que te trancaram aí.
Mas afinal esperas o quê? Tudo o que sonhas está aí, à tua frente embora te recuses a ver. Olha à tua volta. Vê! Mas vê mesmo!
O Dragão que te tranca afinal é assim tão mau?
Não é ele Princesa que trata de ti, te prepara o jantar, te limpa a torre, te aquece durante o Inverno, te adormece à noite e te limpa as lágrimas quando estás triste?
Esperas pelo Príncipe Encantado, mas acreditas mesmo que ele algum dia te fará tão feliz quanto este Dragão?
Não acredites nas mentiras que te contam, o “Felizes Para Sempre” só existe quando existe amor puro e verdadeiro.
Quando chegar, o teu Príncipe vai lutar com o Dragão e este vai-se deixar matar simplesmente porque faz qualquer coisa só para te ver feliz. É afinal o terrível Dragão que te Ama e não esse gajo com ar de paneleiro e espada em punho que acha que é o maior.
Mas tu não consegues ver isso pois não?
Todos nós temos o nosso Dragão, mas nunca lhe damos o devido valor, em vez disso esperamos por uma ilusão a vida inteira, quando tudo o que queremos afinal está mesmo à frente dos nossos olhos.



Já não há Príncipes nem Princesas, mas e Dragões será que ainda os há?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Estação de Comboios


Sento-me na estação de comboios, oiço as centenas de avisos, comboio para aqui, comboio para ali, circulação sem paragem, partidas e chegadas.
Ainda tenho uma hora de espera.
Entretenho-me a observar as pessoas que vêm e vão, todas elas têm um propósito, andam atarefadas nas suas vidas, alguns esperam familiares, namoradas, namorados, ligações para outros comboios tal como eu.
O meu comboio chegou, está na hora de regressar a casa. Olho pelo vidro da carruagem, são tantos os locais e paisagens no meu caminho, paragens de 5 em 5 minutos em todas as paragens e apeadeiros, pessoas entram e saiem a todo o momento.
Não vejo a hora de chegar.
Ouço o aviso “Próxima Paragem Fontela”, agora sei que estou quase, ao fundo consigo começar a ver a PONTE, escorre-me uma lágrima pela cara, estou quase, vejo a Figueira aparecer ao longe, estou finalmente em casa.
O comboio parou, chegou ao seu destino, vejo sair as pessoas, há sempre alguém à sua espera todos têm alguém por lá para dizer olá, todos menos eu. Há já 4 anos que faço esta viagem, mas nunca em todo este tempo houve alguém para me abraçar à chegada.
No entanto mesmo assim estou em casa.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A História de Sofia I


1.80m, cabelos negros, dona de uma beleza extraordinária, corpo esguio como se tivesse sido feito à medida de todos os padrões, olhos verdes reluzentes.
Não há homem que resista ao vê-la passar, assim é Sofia!
O que ninguém sabe é que ela tem dois lados, nem sempre é o que parece.

Quantas vezes Sofia vendeste a alma?
Quantas vezes vendeste o corpo, a beleza e o prazer?


Deitas-te à noite sozinha, afogada nas lágrimas do sofrimento de dar o que já não te pertence, tudo por um vício.
Fizeste um contrato com o diabo no dia em que te perdeste na escuridão da vida.
Quantos não matariam só para te ajudar?
Quantos daqueles que te pagaram o vício em troca de um pouco dessa tua beleza te quereriam para eles inteira?

Abre as asas Sofia!
Olha-te ao espelho.
Achas que vale a pena?

Deixa a mini-saia, retira a maquilhagem e segue o teu caminho em direcção à luz do dia.

Pergunta-te a ti mesma se és feliz.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tempo

O Barco Pirata
A Aldeia dos Índios
A Lagoa das Sereias
O Esconderijo
A Caverna da Morte
Já não voo por eles
Moro nesta Terra
Mas já cá não vivo
No sitio onde o tempo pára
Mas o Tic-Tac continua
O relógio não mexe
Mas ouço os ponteiros
Sinto a mudança
Chegam cabelos brancos
As primeiras rugas
Envelheço afinal
Já não voo como antes
Caminho para o Inverno
Pára tempo Pára
Imploro-te
Quero ficar na Primavera

Não me vais apanhar porque eu não vou deixar!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Procura

Procuro o caminho
No mar da solidão
Na tempestade que não passa
Na contínua tormenta

Leva-me vento malvado
Toma-me nas ondas
Tira-me a dor
Faz-me sorrir

Brilha tu sol de paixão
Mostra-me o caminho
A bússola avariou
Leva-me a porto seguro

Naveguei o céu e o mar
Mas já não te encontro
Quero regressar
Ao meu Mundo das Fadas

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Liberdade


Libertei as amarras
Parti à deriva
Sou livre
Vivo para mim
Não sou de ninguém
Navego pelo mar incerto
Ao sabor das ondas
O sol alimenta-me
A chuva mata-me a sede
Canto para afastar o medo
Medo de quê?
Agora estou liberta
Observo as gaivotas
Elas inspiram-me
Bate as asas
Voa até ao teu horizonte
Somos livres
Livres do mundo
A escolha é nossa

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Só os Oceanos São Eternos


Alma dorida, perdida no mundo
Amor que partiu
Palavras escritas, dispersas
Em textos que não li
Sorriso triste de quem não vejo
Saudade que magoa
Na cidade dos mortos
Essa terra de pedra
Onde o Mar que leva não traz de volta
Até ao horizonte, o fim do mundo
Onde só os oceanos são eternos.

domingo, 25 de janeiro de 2009

O Poder das Palavras Escritas


Se me disseres que me amas, acreditarei.
Mas se escreveres que me amas, acreditarei ainda mais.
Se me falares da tua Saudade, entenderei.
Mas se escreveres sobre ela, eu a sentirei contigo.
Se a tristeza te vier a consumir e me contares, eu saberei.
Mas se a descreveres no papel, o seu peso será menor.

… E assim são as palavras escritas:


Possuem um magnetismo especial,
Libertam, acalentam, invocam emoção.
Elas possuem a capacidade de,
Em poucos minutos cruzar mares,
Saltar montanhas,
Atravessar desertos intocáveis.
Quem escreve constrói um castelo,
E quem lê passa a habitá-lo.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um Novo Começo

Começa um novo capítulo.
Abre-se uma nova janela.
Um novo mundo à minha espera.
Uma nova forma de me ver.
Aqui sou cada vez mais eu.
A escrita faz parte de mim.
Tentei afastá-la mas não posso.
É mais forte que eu.
É um impulso, uma força que cresce.
Algo que não sei explicar.
Aqui no meu canto começa agora…
A verdadeira loucura

Abriram-se as portas do mundo das fadas!